Os implantes dentários representaram uma grande evolução na Odontologia, pois, através deles, é possível repor perdas dentárias tanto unitárias e até servir de fixação para próteses totais.

Assim, o paciente ganha estética e mais qualidade de vida, pois consegue ter a mastigação melhorada, além da sua autoestima.

Porém, há casos em que os implantes dentários não estão indicados, seja por uma condição temporária ou definitiva dos pacientes.

Dessa forma, vamos falar mais especificamente de quais são os casos nos quais os implantes dentários não estão indicados.

Vamos tirar suas dúvidas sobre quando implantes dentários não estão indicados 

Implantes dentários: quando eles não estão indicados?

Existem determinadas situações clínicas que podem impedir a indicação de implantes dentários, seja temporariamente ou definitivamente.

Nas situações temporárias, é necessário que o paciente entenda a situação e tenha aderência ao tratamento indicado, para reverter o quadro. Com o quadro revertido e melhorado, então, os implantes passam a ser uma indicação.

Já há outras situações as quais não podem ser revertidas e tornam-se impedimentos definitivos para a colocação de implantes.

Pacientes fumantes

Fumantes representam uma contraindicação para instalação de implantes na cavidade bucal, por inúmeros motivos, já comprovados cientificamente.

De fato o fumo altera significantemente a cicatrização na cavidade bucal. Além disso, após a cirurgia de colocação de implantes, o paciente não poderá fumar, por isso, fumantes representam uma contraindicação para colocação de implantes dentários.

Estudos já demonstraram que a falha na osseointegração dos implantes ocorre duas vezes mais em pacientes fumantes do que em não fumantes. Além disso, o fumo é considerado um fator de risco para o desenvolvimento de doenças peri-implantares [1]

O fumo é extremamente prejudicial à saúde e constitui uma contraindicação para colocação de implantes dentários 

Isso tudo ocorre, porque, conforme o estudo feito por pesquisadores do Rio Grande do Sul Fumar reduz a vascularização do osso alveolar, interferindo na concentração de nutrientes essenciais para o sucesso da osseointegração do implante.

O tabaco apresenta muitas substâncias tóxicas, tais como nicotina, monóxido de carbono e cianeto de hidrogênio, que comprometem a cicatrização óssea após a inserção do implante” [1]

Por isso, o cirurgião-dentista sempre orientará o paciente que deixe de fumar, pois, o fumo não traz nenhum benefício à sua saúde, inclusive, comprometendo bastante a saúde bucal.

Diabéticos não-controlados

Diabetes mellitus é uma doença crônica caracterizada pelo aumento da glicose no sangue. Existem dois tipos de diabetes, tipo 1, considerada uma doença autoimune e afeta crianças e tipo 2, diabetes que afeta os adultos, caracterizada por resistência insulínica.

No diabetes do tipo 1, o paciente precisa tomar insulina diariamente e várias vezes por dia, pois, o pâncreas não produz mais esse hormônio. Já no diabetes do tipo 2, geralmente associado a obesidade e sedentarismo, o pâncreas precisa produzir cada vez mais insulina, visto que o paciente apresenta alta resistência à insulina.

Em muitos casos, o diabetes tipo 2, que inicialmente é tratado apenas com ajuste da dieta, atividade física e medicação oral, acaba evoluindo para a necessidade de tomar insulina diariamente também.

O bom controle diário da glicemia é fundamental para o paciente diabético

No caso de diabéticos, o controle correto da glicemia é essencial. O exame que demonstra que a glicemia se manteve dentro de níveis aceitáveis chama-se hemoglobina glicada.

Nesse exame de sangue, é medida a quantidade de hemácias (células do sangue) que foram “marcadas” (glicadas) pela glicose. Quanto maior a quantidade de glicose no sangue, maior o valor da hemoglobina glicada.

Pacientes diabéticos bem controlados, independentemente do tipo de diabetes, apresentam hemoglobina glicada com valores inferiores a 7,0.

Mas, em pacientes diabéticos com a hemoglobina glicada elevada, a cicatrização é bastante difícil. Por isso, tornam-se contraindicados para a colocação de implantes dentários, pois, a cicatrização não ocorre de maneira adequada, nem no tempo indicado.

Porém, é possível alertar esse paciente que, caso ele/ela venha a melhorar o controle glicêmico e demonstrando exames de hemoglobina glicada dentro dos valores considerados ideais, o paciente diabético bem controlado não representa uma contraindicação para colocação de implantes dentários.

Doenças cardíacas graves

Quem tem doença cardíaca deve sempre ter acompanhamento do cardiologista. Por isso, o implantodontista requisitará ao cardiologista a liberação para realização da cirurgia de colocação de implantes.

Caso o cardiologista acredite que aquele paciente poderá se submeter ao procedimento sem correr tantos riscos, inclusive com a anestesia, o paciente poderá se submeter à cirurgia.

Muitos cardiologistas acreditam que o vasoconstritor presente nos anestésicos poderá aumentar o risco de problemas cardíacos imediatos. Mas, vale lembrar que a adrenalina endógena, produzida pelo próprio paciente, ao ficar estressado com o atendimento odontológico, por exemplo, pode ser bem mais danosa ao sistema cardiovascular.

Por isso, é fundamental o contato com o cardiologista, para avaliação individual de cada caso, quando se trata de pacientes cardiopatas.

Em caso de pacientes cardiopatas, o contato do implantodontista com o cardiologista é indicado 

Câncer

Pacientes em tratamento para diversos tipos de câncer e que estão sendo submetidos a tratamento com radioterapia não são indicados para instalação de implantes dentários.

Isso porque a radioterapia também influencia diretamente na cicatrização, resultando em falhas no resultado da colocação de implantes. Outras medicações, utilizadas no tratamento do câncer, também influenciam no processo de cicatrização.

Dessa forma, recomenda-se aguardar ao menos 5 anos após o término da radioterapia de cabeça e pescoço para considerar a instalação de implantes dentários.

Além disso, pacientes que usam medicações para prevenir metástase de câncer de mama, como bifosfonatos, também representam contraindicação.

Osteoporose

Osteoporose significa maior fragilidade óssea, por perda de massa óssea, sobretudo nos ossos longos. Embora a cavidade bucal não apresente ossos longos, a qualidade do osso disponível em pacientes com osteoporose pode estar prejudicada.

No tratamento da osteoporose, dependendo do grau da doença, alguns medicamentos também contraindicam a colocação de implantes dentários. Por isso, é essencial que o paciente sempre descreva todos os medicamentos que usa regularmente ao seu cirurgião-dentista.

Assim, é fundamental que o implantodontista faça uma boa avaliação clínica do paciente, para poder indicar corretamente os implantes dentários.

Fico com alguma dúvida? Comente o artigo e agende hoje mesmo sua consulta com os melhores especialistas da OdontoYama.

Referência

[1] http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-44422017000100006