Os implantes dentários são excelentes opções de tratamento para repor perdas dentárias e para colocação de próteses. Mas, por dependerem de uma cirurgia para sua instalação, muitas pessoas têm dúvidas sobre suas indicações. Afinal, diabéticos podem fazer implante dentário?
Vamos falar mais sobre esse assunto, explicando quais são as condições para que uma pessoa com diabetes possa ou não se submeter à colocação de um implante dentário.
O que é diabetes?
Diabetes é uma doença caracterizada pela alta taxa de açúcar no sangue, causada pela falta da produção de insulina, pelo pâncreas ou pela maior resistência à insulina produzida.
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas e é o responsável pelo controle do açúcar no sangue (a chamada glicemia). De fato, a insulina é uma ponte que permite que o açúcar saia do sangue e entre na célula.
Conforme o quadro, pode-se dividir o diabetes em dois tipos: tipo 1 e tipo 2.
Diabetes tipo 1
Considerada uma doença autoimune, atinge crianças e adolescentes. É caracterizada pela interrupção na produção de insulina pelo pâncreas.
Esses pacientes precisam tomar insulina diariamente.
Diabetes tipo 2
Atinge indivíduos adultos, geralmente caracterizada pela maior resistência à insulina produzida. Ou seja, o pâncreas fabrica insulina, mas ela é pouco aproveitada pelo organismo.
Esse tipo de diabetes não é considerado uma doença autoimune, mas sim ligado muitas vezes à falta de alimentação adequada, sedentarismo e excesso de peso.
Sintomas de diabetes
O diabetes é considerado um problema de saúde pública e afeta cerca de 10% da população mundial, mas muitas pessoas convivem com a doença, sem saber que a tem.
Com isso, não fazem um tratamento adequado, o que significa que a evolução do diabetes descontrolado acaba gerando sequelas como cegueira e amputações, por exemplo.
Dentre os sintomas mais comuns do diabetes temos:
- Sede excessiva;
- Urina em excesso;
- Dores nas pernas;
- Cansaço excessivo;
- Perda de peso sem causa aparente (no caso do diabetes tipo 1);
- Hálito cetônico (cheiro de maçã).
É essencial que o cirurgião-dentista preste atenção em pacientes que reclamam ou apresentam esses sintomas. Inclusive, o cirurgião-dentista pode solicitar exames.
Como agir com um paciente diabético?
Quando um paciente com diabetes vai ao cirurgião-dentista, é essencial que o profissional analise a qualidade da saúde bucal desse paciente.
Em casos de procedimentos mais complexos, é essencial que seja avaliado o controle do diabetes.
Assim, alguns cuidados são essenciais para saber se o diabético pode (ou não) fazer implante dentário.
1 – Avaliação da qualidade da higiene bucal
O cirurgião-dentista fará uma análise minuciosa da higiene bucal do paciente diabético. Isso porque pacientes com diabetes descontrolado são mais propensos a terem problemas periodontais.
E problemas periodontais ativos contraindicam a colocação de implantes, visto que o próprio implante pode sofrer com um problema denominado peri-implantite, que a inflamação do osso ao redor do implante.
Portanto, a higiene bucal do paciente com diabetes tem que estar adequada para a colocação de um implante.
2 – Avaliação da quantidade de osso
Através de exames de imagem, é possível medir a quantidade de osso existente na região na qual há interesse na colocação de implantes.
Isso, de fato, é um procedimento importante tanto para pacientes com diabetes e também sem a doença.
3 – Exames de sangue
Para se ter uma noção de como será a cicatrização daquele paciente com diabetes, é essencial saber como anda o controle da doença.
Para isso, o cirurgião-dentista pode solicitar alguns exames ou pedir que o paciente mostre exames recentes em relação ao seu diabetes.
Embora muitos acreditem que o exame de glicemia em jejum seja o mais importante, esse exame não indica, de fato, como anda o controle do diabetes no paciente.
O exame a ser pedido para verificação do bom controle do diabetes chama-se hemoglobina glicada.
O ideal é que esse exame encontre-se igual ou abaixo de 7.
A hemoglobina glicada é um exame que avalia a quantidade de glicose no sangue nos últimos 3 meses e estima a glicemia média nesse período.
4 – Antibioticoterapia profilática
Diabéticos são considerados pacientes de risco, quando se pensa em infecções. Assim, em caso de indicação de cirurgias de implante, é interessante que o profissional recomende a antibioticoterapia profilática.
Na antibioticoterapia profilática, o paciente inicia tomando antibiótico antes da cirurgia, justamente para prevenir de uma possível infecção.
5 – Cuidados com analgésicos e anti-inflamatórios
Quando há inflamações no diabético, o controle da glicemia pode tornar-se mais difícil. Inclusive, inflamações causam o descontrole da glicemia temporariamente.
Por outro lado, há alguns anti-inflamatórios como os corticoides, os quais não são indicados para diabéticos, justamente por causarem aumento considerável da glicemia.
Portanto, seu cirurgião-dentista indicará os analgésicos e anti-inflamatórios apropriados para você, paciente com diabetes.
6 – Momento certo de fazer a colocação do implante
Para o paciente com diabetes, o ideal é fazer a cirurgia não estando em jejum.
Ou seja, o paciente deve ser orientado para que se alimente de forma adequada e normalmente antes do início da cirurgia.
Afinal, é importante que o paciente não tenha uma hipoglicemia enquanto a cirurgia é feita.
Além disso, o cirurgião-dentista pode aferir a glicemia do paciente antes da cirurgia. O ideal é que a glicemia esteja bem controlada, entre 70 e 150 mg/dl.
Afinal, paciente diabético pode fazer cirurgia de implante?
A resposta é sim, mas com condições.
Primeiramente, a indicação do implante deve ser precisa. É essencial que o paciente tenha boa higiene bucal e boa quantidade de osso.
Além disso, deve o paciente ter bom controle da doença, verificado pelo exame de hemoglobina glicada com valor igual ou menor que 7.
Valores elevados de hemoglobina glicada contraindicam a cirurgia de implante.
Opte por fazer a cirurgia com o paciente diabético bem alimentado e faça a medição da glicemia para ter certeza que não terá problemas durante o procedimento cirúrgico.
O profissional certamente indicará antibioticoterapia profilática e prescreverá medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios apropriados para paciente com diabetes.
E por último, é importante que o paciente continue com o bom cuidado do diabetes, se alimentando de maneira adequada e seguindo as recomendações do cirurgião-dentista.